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26.2.08

A (FALTA DE) EFICÁCIA DOS ANTIDEPRESSIVOS


Especialistas da Universidade de Hull, em Inglaterra, concluíram que na maioria dos casos o antidepressivo tem os mesmos efeitos do placebo. De acordo com esta investigação britânica, a medicação só deveria ser usada nos casos de depressão profunda. (Fonte: SIC).

A notícia espalhou-se rapidamente pelos diferentes meios de comunicação. Alguns, como a SIC, foram além do óbvio, procurando ouvir profissionais da área para alargar a reflexão. Outros detiveram-se nas conclusões mais ou menos bombásticas.

Já tive oportunidade de chamar a atenção para os riscos de se olhar para esta categoria de medicamentos como curas milagrosas. Importa agora olhar para os perigos deste outro tipo de fundamentalismo.

Nos últimos tempos tenho observado na prática clínica alguns comportamentos indiciadores de uma certa aversão aos antidepressivos. Na maior parte dos casos esta aversão resulta da falta de informação. Até há pouco tempo, a questão era praticamente ignorada. Enquanto isso, os números foram crescendo de forma exponencial. Até que alguns estudos – e alguns profissionais responsáveis – denunciaram o aumento preocupante da prescrição de antidepressivos. Entre 2001 e 2005, por exemplo, o consumo destes fármacos cresceu 65%! O problema deste tipo de notícias está na ausência de uma discussão alargada. Os números, mostrados à população de forma rude, deram lugar a algum alarmismo.

Nem todas as pessoas que tomam antidepressivos em Portugal (e no mundo) recebem o acompanhamento devido. Muitas recorrem a esquemas duvidosos para aceder a receitas, interrompem e retomam a medicação por iniciativa própria, aumentando os riscos para a sua saúde. Mas também há quem resista a estes medicamentos precisando deles. A desinformação fá-los desvalorizar este tipo de ajuda e fugir dos antidepressivos como o diabo da cruz. Neste caso, também há riscos.

Estudos anteriores ao que agora foi divulgado têm demonstrado que os doentes com depressão beneficiam de uma abordagem multidisciplinar, que combine os fármacos com a Psicoterapia. Não sendo propriamente pílulas milagrosas, podem funcionar como um recurso importante (nalguns casos, fundamental) no tratamento da doença.


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