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6.7.09

COMO COMETER SUICÍDIO



Existirão formas mais “eficazes” de cometer suicídio? O que separa o suicídio das tentativas “falhadas” ou do para-suicídio? Não sendo este um resumo de receitas macabras, importa esclarecer o alarmismo do título: a Internet é uma fonte inesgotável de informação e, infelizmente, a oferta na área dos distúrbios emocionais é tão abrangente quanto perigosa. Por outro lado, qualquer psicólogo saberá que a agonia e o desespero por detrás de uma tentativa de suicídio nem sempre chegam a um gabinete de Psicologia ou a um consultório médico. A Internet é muitas vezes a primeira e única “porta” a que estes doentes recorrem.

Assim, este é um texto sobre depressão major, mais do que sobre o suicídio. A verdade é que mais de 15% destes doentes cometem suicídio, o que indicia o subdiagnóstico e o subtratamento da doença.

Já aqui explorei os factores subjacentes ao aparecimento de um transtorno depressivo, bem como os sinais e sintomas da doença que tantas vezes conduz a tentativas de suicídio. Resumidamente, há 3 sinais/sintomas que, quando se manifestam em simultâneo durante mais de duas semanas, indiciam a existência de uma depressão major:
1. Fadiga ou falta de energia.
2. Insónia (dificuldade em adormecer) ou hipersónia (aumento das horas de sono).
3. Isolamento social (evitação de actividades que impliquem o contacto com outras pessoas).

Se algum leitor veio parar a este blogue na sequência de uma pesquisa sobre o suicídio, esta é uma oportunidade para reconhecer que não está só. Sente-se triste, desorientado, sem rumo? Então, saiba que não é o único. A informação sobre a doença é apenas um dos passos para uma nova abordagem aos problemas aparentemente irresolúveis.

Tratando-se de uma doença muito incapacitante, nem sempre é fácil reconhecer uma luz ao fundo do túnel. Para alguns, a esperança reside no apoio médico e farmacológico; para outros, a saída está no apoio psicológico; muitos beneficiam de uma abordagem multidisciplinar que combina a prescrição de medicamentos com a intervenção psicoterapêutica. Em todos os casos, o processo de recuperação é gradual, requerendo tolerância e investimento. E ainda que um pedido de ajuda possa esbarrar na insensibilidade e/ou inexperiência de alguns técnicos de saúde, vale a pena tentar de novo.

A intervenção especializada permite que, progressivamente:
• Haja uma redução dos níveis de ansiedade e de desespero;
• Surjam novas abordagens acerca dos problemas pessoais, familiares ou sociais;
• Seja desenvolvida uma aliança terapêutica, essencial à manutenção e conclusão do tratamento;

O percurso não é fácil, mas esta é uma luta possível.
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