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29.7.09

MEDIDOR DE FELICIDADE


Quando, em contexto clínico ou fora dele, questiono alguém acerca dos seus objectivos de vida, oiço muitas vezes "Quero ser feliz". A felicidade pode ser sentida em múltiplas ocasiões, tantas vezes sem que nos apercebamos dela, no sentido de sermos capazes de racionalizar sobre isso. Como vivemos, pelo menos no mundo ocidental, numa sistemática busca do prazer, não é de estranhar a quantidade de estudos acerca do tema.

Já em 1881 um irlandês imaginara um aparelho que apelidou de hedonómetro, ou seja, um medidor de felicidade. Ainda que até à data não tenha sido construído nenhum aparelho do género, têm proliferado investigações e métodos de avaliação da felicidade. Claro que estas pesquisas científicas estão limitadas pelo facto de os participantes saberem que estão a ser avaliados.

Dois investigadores "inventaram" recentemente um mecanismo que permite medir os sentimentos de milhões de pessoas, sem que estas saibam que estão a ser avaliadas. Tirando proveito dos milhões de blogues que povoam a Internet, os investigadores elaboraram um estudo que caracteriza o estado emocional dos cibernautas quase em tempo real. A título de exemplo, constataram que o dia 4 de Novembro de 2008, dia em que o presidente Obama foi eleito, foi o dia mais feliz em 4 anos; o dia em que Michael Jackson morreu foi um dos mais tristes. A partir do registo de todas as frases do tipo "Eu sinto-me..." inscritas em mais de 2 milhões de blogues, os investigadores criaram um método de avaliação estandardizado.

A amostra tende a ser composta por população jovem e com algum grau de formação académica, mas não deixa de ser representativa. O método, também usado na avaliação de letras de canções, conteúdos do Twitter e discursos presidenciais, está mais centrado na percepção do que é escrito, mas permite-nos estimar o estado emocional dos utilizadores da blogosfera.

Uma das conclusões mais intrigantes deste estudo contraria a ideia de que as pessoas se sentem na mesma, independentemente da sua idade. De acordo com esta pesquisa, os adolescentes são mais infelizes do que o resto da população, fazendo um uso exacerbado de palavras como "ódio, estúpido, triste, deprimido, chateado, sozinho, doido ou gordo". Depois desta fase do ciclo de vida, as pessoas mostram-se progressivamente mais felizes, mas só até à velhice. Aí os níveis de felicidade decrescem.
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