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27.4.10

GESTOS QUE TRADUZEM AFECTO

O toque é a base da intimidade física e emocional. Quando um bebé chora, independentemente daquilo que está por detrás do seu desconforto, a mãe ou o pai embala-o, abraça-o, acarinha-o. Mesmo que a dor física persista, o calor humano é reconfortante e terapêutico. Todos precisamos deste conforto, quer enquanto crianças, quer enquanto adultos – precisamos do “toque” de consolação no nosso braço quando alguém que gosta de nós nos diz “Vai ficar tudo bem”, precisamos de um afago no rosto que pode vir acompanhado de um “Gosto tanto de ti” e precisamos de um abraço apertado que, mesmo que não venha acompanhado de palavras, significa “És importante para mim”.

À medida que amadurecemos e nos desiludimos com as pessoas que amamos, desenvolvemos mecanismos de defesa, fechamo-nos sobre nós mesmos e é cada vez mais difícil investir na manifestação física dos afectos. Temos medo da rejeição, medo de voltar a confiar, medo de voltar a colocar o nosso coração nas mãos de quem, de alguma forma, nos magoou.
Passamos a perguntar “Está tudo bem?” em vez de tocarmos naqueles de quem gostamos e, de forma clara, expressarmos as nossas emoções. Telefonamos e mandamos e-mails em vez de pedirmos o conforto de um abraço. Zangamo-nos em vez de olharmos para as mágoas e para o vazio emocional daqueles que amamos.
Queixamo-nos em vez de respondermos à questão “Há quanto tempo não o(a) abraço e digo que é importante para mim?”.
Amar é tocar, é mostrar através dos afectos que os outros – o marido, o pai, a mãe, o amigo – são importantes para nós. Todos o sabemos. E, quando nos sentimos seguros, somos capazes de dar o nosso afecto sem medo, sem constrangimentos.
A relação mais fácil, aquela em que, de forma segura, sem medo, expressamos os nossos afectos, é com os nossos animais de estimação – até as pessoas mais contidas são capazes de fazer festinhas aos seus animais, de os afagar sem constrangimentos. Porquê? Porque os animais não têm o poder de nos magoar do ponto de vista emocional. Daí que nos sintamos livres. Mas os animais também não podem dar-nos o apego e a segurança emocional que resultam dos laços que construímos com as pessoas que amamos.
Amar é tocar. (Re)Construir os laços afectivos é enfrentar os nossos mecanismos de defesa e dar mais, tocar mais, abraçar mais.
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