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5.5.08

CRISE CONJUGAL


A Andreia e o João são casados há 8 anos e têm um filho, Pedro, com 4 anos. O João mudou de emprego há uns meses, o que implicou alterações significativas ao seu horário – passa mais tempo fora de casa. Apesar de esta mudança ter sido fruto de uma decisão do casal, a Andreia passou a queixar-se da crescente indisponibilidade do marido para as actividades familiares: o trabalho estendeu-se aos fins-de-semana e as saídas a dois, os compromissos com a família alargada e com os amigos têm sido sistematicamente adiados. O João, por outro lado, sente-se duplamente pressionado, já que está empenhado em ter um bom desempenho profissional numa área competitiva, ao mesmo tempo que se sente muito criticado pela mulher.

As discussões têm crescido – no tom e na frequência -, tomando conta da vida do casal. As queixas transformaram-se em ataques pessoais e cada discussão passou a ser encarada como uma batalha que terminava invariavelmente com a exaustão. No final de alguns desses “combates” ambos sentiram necessidade de tomar ansiolíticos (calmantes) para controlar a aceleração.

Um mês antes de recorrerem à Terapia Conjugal, discutiram violentamente e trocaram (mais) uma série de acusações. Para a Andreia, esta foi a gota de água. Decidiu sair de casa com o filho. Os dias que antecederam a resolução de pedir ajuda terapêutica foram caracterizados pelo casal como uma tentativa de “dar um tempo”. Ambos estavam certos de que a escalada de agressividade tinha atingido níveis incomportáveis e que, nem que fosse em nome do filho, era importante parar o ciclo vicioso. Contudo, o período de afastamento não foi propriamente marcado pela tranquilidade. O Pedro “enfiou a cara” no trabalho, mas manteve-se acelerado, o que veio a repercutir-se de forma acentuada no seu sono – durante aqueles dias sentia-se triste, abatido e confuso, mas era à noite que a tristeza e a apatia davam lugar à ansiedade. Durante esse período sofreu de insónias, acabando por dormir poucas horas por noite, apesar de continuar a recorrer à medicação. A Andreia também se queixou de ansiedade: No seu caso, a aceleração surgia logo ao acordar – “Acordava sarapantada, com o coração aos pulos…”.

Ambos reconheceram, logo na primeira consulta, que, apesar de ainda gostarem um do outro, não estão a conseguir lidar com os problemas sozinhos. Sentem-se magoados e, nalguns momentos, incrédulos com o que disseram/ ouviram. Querem continuar juntos, mas sabem que há aspectos do seu casamento que têm que ser trabalhados.
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