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15.10.12

COMO MANTER UM CASAMENTO FELIZ


Os números são claros: um em cada dois casamentos acaba em divórcio. Ainda assim, a esmagadora maioria dos portugueses continua a ambicionar viver um casamento feliz e duradouro, se possível como nos livros e nos filmes: para sempre. O que é que está por detrás desse sonho?

O que é que é preciso HOJE
para que um casamento perdure
(e os membros do casal continuem felizes)?

Antes de mais, PERSEVERANÇA e ESFORÇO. Nenhum casamento será bem-sucedido em piloto automático – haverá alguma coisa na vida que funcione assim? À medida que o tempo passa, é preciso continuar a fazer frente aos problemas, resolvendo-os ou, pelo menos, tentando geri-los.

A CONFIANÇA e a HONESTIDADE são outros ingredientes essenciais. É na medida em que confiarmos no nosso cônjuge, na medida em que estivermos seguros de que ele(a) estará sempre “lá” para nós, que continuaremos motivados para dar o nosso melhor, resistindo com energia às adversidades (que fazem parte de TODOS os casamentos).

Numa sociedade em que na maior parte das famílias ambos trabalham fora de casa, perseguindo o sucesso profissional, o APOIO MÚTUO é fundamental. É preciso que cada pessoa vibre com as conquistas do seu cônjuge tanto quanto vibraria com as suas. E que se disponha a apoiá-lo nos momentos mais difíceis, a dar colo (e não apenas sermões) nos momentos de fracasso.

Não sendo essencial que os membros do casal gostem das mesmas coisas, é muito importante que haja alguns INTERESSES EM COMUM, e, sobretudo, que haja PARTILHA DE VALORES. É nessa medida que, mais provavelmente, os membros do casal se sentirão em sintonia na maior parte do tempo (sempre é utópico). Do mesmo modo, é muito importante que, ao longo do tempo, cultivem AMIZADES EM COMUM. Claro que cada um poderá manter amigos individualmente mas os “amigos do casal” ajudá-los-ão a criar uma identidade enquanto casal, fortalecendo os laços.

Como um casamento é, acima de tudo, uma relação de COMPROMISSO, é fundamental APRENDER A CEDER. Nenhuma relação amorosa resistiria se pelo menos um dos membros do casal insistisse em levar sempre a sua vontade adiante. Mas atenção: os processos de negociação não são sempre pacíficos, pelo que a maturidade no casamento deve implicar a aceitação de que o CONFLITO É NORMAL. A evitação das discussões pode ser, de resto, meio caminho para o abaixamento significativo (ainda que gradual) dos níveis de intimidade emocional e consequente deterioração da relação. Sempre que os membros do casal acumulam raiva e desapontamento – em vez de exteriorizarem estas emoções de forma estruturada – cresce o fosso, bem como a probabilidade de um dia acordarem ao lado de alguém com quem já não faz sentido construir o que quer que seja.

Mas se o conflito faz parte dos casamentos felizes e duradouros, é preciso DEFINIR LIMITES nas discussões. A VIOLÊNCIA FÍSICA OU EMOCIONAL É PROIBIDA, pelo que compete aos membros do casal identificarem, ao longo do tempo, de forma clara as palavras que jamais podem ser proferidas, os gestos que não são admissíveis e, claro, as estratégias que lhes permitem travar a escalada de agressividade. Esta aprendizagem impedi-los-á de cometer erros fatais.

Pontualmente surgirão discussões mais intensas. Pontualmente sentir-se-ão perdidos. Mas é essencial que, a cada discussão, sejam feitos todos os esforços para que os membros do casal NÃO VÃO DORMIR AMUADOS OU ZANGADOS. Esse padrão conduzi-los-ia a prolongados ressentimentos e à tão pouco desejada sensação de distanciamento emocional (desconexão).

Clichés à parte, a verdade é que os membros do casal devem mesmo ser OS MELHORES AMIGOS um do outro. Afinal, os melhores amigos não são mais do que aqueles com quem queremos estar mais do que com qualquer outra pessoa. E o nosso cônjuge tem de ser o nosso maior aliado, aquele em quem confiamos porque sabemos que não nos mentiria, independentemente do assunto em questão.

Não estou de acordo com o conceito de almas gémeas. De resto, O NOSSO CÔNJUGE NÃO NOS COMPLETA. Cada um de nós é responsável pelo seu próprio percurso, pela perseguição dos seus próprios objetivos. Mas é muito bom termos alguém com quem possamos contar; alguém com quem possamos partilhar sentimentos de vulnerabilidade, desilusão ou até inadequação, alguém que nos dê uma perspetiva diferente, que nos dê ideias novas.

Nos casamentos mais felizes e duradouros os membros do casal CONHECEM-SE MESMO MUITO BEM. Estão lá nos bons e nos maus momentos e, por isso, conhecem aquilo que o cônjuge tem de melhor mas também sentem na pele, como mais ninguém, os efeitos dos seus pontos fracos. Sabem exatamente como magoar o outro (e às vezes fazem-no). Mas também sabem o que fazer para lidar com os defeitos a que os outros normalmente não acedem.

Estão juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
E querem continuar juntos.
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