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17.2.14

PESSOAS SENSÍVEIS


Encontro-as por todo o lado. Dentro e fora do consultório. Dizem-me que são pessoas sensíveis. Autointitulam-se de sensíveis. Porquê? Porque estão constantemente a desiludir-se. Porque o mundo não as merece. Porque sofrem como ninguém com as injustiças a que vão assistindo. Porque reagem de forma animalesca às ditas injustiças. Porque dão tudo nas relações de amizade e acabam SEMPRE magoadas. Porque o padrão se repete nas relações amorosas. E ignoram aquilo que, para mim, está relativamente claro:

elas não são SENSÍVEIS,

são REATIVAS.

É que uma pessoa sensível NÃO é aquela que se desilude constantemente. Pelo contrário! Uma pessoa sensível está suficientemente atenta ao comportamento dos outros ao ponto de não investir numa relação que não valha a pena. Uma pessoa sensível resguarda-se, não é amiga de toda a gente precisamente porque sabe que deve ser seletiva. Uma pessoa sensível reconhece que há muitos trastes no mundo mas não vive obcecada em encontrá-los nem gere a sua vida em função deles. Trata-os quase sempre com a indiferença que merecem.

Uma pessoa sensível NÃO age de forma agressiva, animalesca, às injustiças, aos maus comportamentos dos outros. Isso é o que fazem as pessoas reativas. Aquelas que agem muitas vezes de forma impulsiva – porque não pensam antes de responder. Reagem, apenas. Tal como as crianças. E é por isso que, mesmo que se autointitulem de sensíveis, o seu comportamento é muitas vezes rotulado de infantil.

Uma pessoa sensível NÃO é uma pessoa birrenta. Não vai abaixo a cada crítica, a cada chamada de atenção. Não fica deprimida porque o chefe não valorizou os seus esforços ou porque um “amigo” não esteve à altura das suas necessidades. Uma pessoa sensível possui um autoconhecimento elevado. Conhece as suas limitações e os seus defeitos. E procura trabalhá-los. Reconhece que não tem sempre razão e deixa-se influenciar por aqueles a quem reconhece mais experiência, mais valor ou pura e simplesmente… mais sensibilidade.


Uma pessoa sensível não propagandeia a sua sensibilidade apurada. Não diz “sou muito sensível”. Usa, com responsabilidade, essa competência. Mantendo-se atenta. Pensando antes de agir. Fazendo escolhas que vão muito além das aparências.
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