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21.6.23

PARENTALIDADE CONSCIENTE

 


Já se questionou como é que é possível construir uma conexão profunda com os seus filhos sem descurar os limites saudáveis? já imaginou disciplinar os seus filhos sem recorrer a punições ou ameaças? É isso que a parentalidade consciente nos oferece.

Nos últimos anos ouvimos frequentemente falar sobre estilos de parentalidade, educação parental, parentalidade positiva e parentalidade consciente.

Mais do que uma moda, é importante reconhecer que o debate a propósito da parentalidade advém, sobretudo, do resultado da investigação científica sobre o neurodesenvolvimento das crianças. Sim, hoje sabemos muito mais sobre como se desenvolve e como funciona o cérebro das crianças e isso ajuda-nos a compreender (e a aceitar) aquilo de que elas são capazes e aquilo que simplesmente não conseguem (ainda que desejássemos muito que conseguissem).

Por exemplo, (quase) toda a gente sabe que um recém-nascido comunica as suas necessidades através do choro. Se tem fome, chora, se tem sono, chora, se quer colo, chora, se tem cólicas, chora. Para quê? Para que os cuidadores respondam às suas necessidades físicas e afetivas. Há poucas décadas, os pais e mães saíam da maternidade com a indicação de que não deveriam dar "demasiado" colo aos seus bebés para ele não ficarem "viciados". Também lhes era dito que os bebés deveriam ser deixados a chorar "para aprenderem a acalmar-se". Hoje sabemos que estas recomendações são exercícios de violência sobre os bebés! Porquê? Porque NENHUM recém-nascido tem a capacidade de se acalmar sozinho. Aquilo que acontece se deixarmos um bebé a chorar é que ele vai entrar num sofrimento tal que, a páginas tantas, o cérebro "desliga". É um mecanismo de defesa que pode cristalizar-se e trazer inúmeras consequências desagradáveis para as relações que aquele bebé vai desenvolver no futuro, incluindo na vida adulta.

Vamos então descobrir algumas ferramentas práticas que resultam da investigação das neurociências e que se enquandram naquilo a que hoje chamamos de parentalidade consciente. Estas ferramentas podem transformar a sua relação com seus filhos.

Uma ferramenta poderosa é a escuta ativa. Quando você se concentra em ouvir genuinamente os seus filhos, eles sentem-se valorizados e compreendidos. Isso fortalece o vosso vínculo e permite que eles se expressem livremente.

A resolução de conflitos colaborativa é outra ferramenta importante. Ao ajudar os seus filhos a encontrar soluções, colocando-lhes perguntas em vez de lhes dar as respostas, está a permitir que eles desenvolvam a capacidade de resolver problemas. Isso ajuda-os a sentirem-se ouvidos e envolvidos na busca de soluções justas.

A validação emocional é essencial. Quando você reconhece e valida as emoções e os sentimentos dos seus filhos, eles sentem-se seguros para partilhar os seus sentimentos e para se desenvolverem emocionalmente. Isso cria um ambiente de confiança onde eles se sentem à vontade para serem autênticos.

Promover a autonomia é uma ferramenta valiosa. Ao permitir que os seus filhos tomem decisões apropriadas à idade deles, permite que eles desenvolvam a autoconfiança e a capacidade de tomar decisões. Isso ajuda-os a tornarem-se adultos independentes e confiantes.

Cultivar a empatia é fundamental. Ao ensinar os seus filhos a colocarem-se no lugar do outro, eles aprendem a valorizar os sentimentos e perspectivas dos outros. Isso ajuda-os a construir relações saudáveis e respeitadoras.

A paciência é uma ferramenta valiosa na parentalidade consciente. Ao demonstrar calma e paciência perante os desafios, você ensina os seus filhos a controlarem as suas emoções e a lidarem com situações de forma mais tranquila.

Se quiser saber mais sobre este assunto, tenho um ótimo livro para lhe recomendar: "Disciplina sem dramas", de Daniel Siegel. Espreite e delicie-se!



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