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1.7.10

VIOLÊNCIA NO CASAMENTO

Ao longo destes anos de trabalho com famílias tenho-me confrontado muitas vezes com casais que recorrem a este tipo de ajuda na sequência de um ou mais episódios de violência física e psicológica. Alguns relatam que já estiveram temporariamente separados, outros assumem que os episódios de violência os envergonham e, em muitos casos, o pedido de ajuda surge depois de terem sido envolvidas outras instituições, como a APAV.

Estes são sempre casos difíceis, que requerem uma monitorização muito rigorosa e, sobretudo, um trabalho terapêutico profundo com cada um dos membros do casal. Afinal, estamos a falar de duas pessoas que quase sempre assumem que se amam mas que, durante as discussões, permitem que a escalada cresça de modo vertiginoso, resultando no confronto físico e emocional muitas vezes na presença dos filhos.

Se aquilo que está por detrás de qualquer discussão conjugal séria são normalmente equívocos de comunicação – porque aquilo que um tenta transmitir não é exactamente aquilo que o outro “ouve” -, estes equívocos são ainda maiores nos casamentos marcados por episódios de violência. Em resumo, aquilo que acontece nestes casos é que, sem querer, um dos membros do casal atinge as feridas emocionais do outro, desencadeando reacções abruptas, intensas, explosivas e que alimentam ciclos viciosos.

Hoje sabe-se que existem basicamente dois padrões comportamentais que potenciam estes episódios: um tem a ver com a percepção da ameaça e envolve a percepção de que o cônjuge está a ser crítico, hostil ou controlador; o outro tem a ver com a percepção da negligência e envolve a percepção de que o cônjuge não está a cuidar da relação ou não está a ser capaz de demonstrar um nível de compromisso ideal. Estas duas formas de preocupações podem conduzir os membros do casal a comportamentos impulsivos e explosivos.

Aparentemente, quando uma pessoa percepciona o cônjuge como negligente, a situação é mais facilmente ultrapassada quando é confrontada com um pedido de desculpas e decide aceitá-lo. Pelo contrário, quando uma pessoa percepciona o cônjuge como uma ameaça, pode ser mais importante para si receber demonstrações claras de afecto e de condescendência e redução da hostilidade.
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