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2.11.10

FACEBOOK E INFIDELIDADE

Quando dei início a este blogue, escrevi sobre a Internet a infidelidade, dando a conhecer uma correlação que, há cinco anos, já existia mas que não fazia parte das conversas dos portugueses. Já naquela altura chegavam até mim pedidos de ajuda de casais cujas vidas haviam sido viradas do avesso pela existência de um affair (físico ou emocional) que começara numa banal e aparentemente inócua sala de chat. À medida que a Internet passou a fazer parte da realidade da maior parte dos portugueses, os perigos associados às conversas online tornaram-se alvo de análise e debate, os casos de infidelidade começaram a ser conhecidos e os alarmes internos de cada pessoa passaram a soar mais vezes. De resto, as queixas do tipo “Ele(a) passa muito tempo em frente ao computador” deixaram de estar associadas ao excesso de trabalho para andarem de mãos dadas com suspeitas de infidelidade (fundadas ou não).

A Internet cresceu e nesse processo surgiram novas plataformas de comunicação. O Facebook é, sem dúvida, a ferramenta que mais cresceu, envolvendo hoje mais de 400 milhões de utilizadores em todo o mundo. Inevitavelmente, este instrumento de trabalho, que nos permite reconectar-nos a familiares e amigos que não víamos há muito tempo, também já faz parte das queixas de alguns dos casais que me procuram. Nalguns casos estas queixas estão relacionadas com o medo de que o cônjuge esteja a ser infiel ou, pelo menos, a desconectar-se da relação; noutros, a desconfiança pode não ser tão evidente, mas a comunicação conjugal parece prejudicada pela dedicação excessiva à rede social do momento.

Ao contrário do que se possa pensar, qualquer pessoa pode tornar-se vulnerável á infidelidade. É verdade que a infidelidade só acontece quando a vulnerabilidade se junta à oportunidade e que, mesmo aí, cada pessoa pode fazer uma escolha, mas seria arriscado pensar que a nossa relação é à prova de uma infidelidade. Há muitas circunstâncias que podem aumentar a vulnerabilidade de uma relação ao aparecimento de uma terceira pessoa – intrínsecas à própria relação (problemas de comunicação, desconexão emocional, falta de intimidade) ou externas (perda de um familiar, desemprego, nascimento de um filho ou qualquer outro evento stressante).

Sendo o Facebook a plataforma que mais facilmente nos coloca em linha directa com ex-namorados, ex-amantes, ex-paixonetas e amigos de outros tempos, é naturalmente uma via que facilita a aproximação a pessoas que nos dizem alguma coisa do ponto de vista afectivo. Por vezes esta nostalgia é confundida com paixão, tornando-se uma ameaça quando há problemas no casamento.

Independentemente da ajuda terapêutica de que um casal possa precisar para fazer face às dificuldades na sua relação, há alguns limites que podem ser aplicados para proteger o casamento:
  • Seja “amigo” do seu cônjuge no Facebook, para que nada seja escondido.
  • Se voltar a conectar-se a um ex-namorado, fale abertamente sobre isso com o seu cônjuge; se houver problemas sérios na relação, evite estes contactos.
  • Evite falar sobre os problemas conjugais com outras pessoas através do Facebook.
  • Assuma-se como casado(a)/ comprometido(a) na sua página do Facebook.
  • Se houver pessoas que se dirigem a si de forma inapropriada ou através do flirt, imponha limites claros e partilhe a informação com o seu cônjuge.
  • Fale abertamente com o seu cônjuge sobre os amigos de ambos, sobre os limites que os deixam confortáveis e sobre a liberdade de que cada um precisa.
  • Proteja o “tempo a dois” – o Facebook pode roubar tempo de qualidade ao casal.
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