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28.4.14

OS PAIS DISCUTEM? OS PAIS FAZEM AS PAZES!


Na tentativa (louvável) de serem melhores pais e mães, algumas pessoas esforçam-se por não discutir à frente dos filhos. Procuram, sobretudo, protege-los da agressividade e da tensão que caracterizam qualquer briga mas muitas vezes também o fazem porque temem que as tais discussões os possam traumatizar. A verdade é que nalguns casos são os pais que carregam o trauma de terem crescido num ambiente marcado por discussões violentas, acabando por adotar uma postura superprotetora em relação aos filhos e ignorando que, assim, também podem estar a prejudicar as crianças.

Não há nada de bonito numa discussão conjugal. Um momento de fúria ou exaltação não é exatamente uma das memórias que um pai ou uma mãe espera deixar para a vida dos filhos. Mas a vida dos filhos não será sempre bonita e “cor-de-rosa”. Também será marcada pelos tais momentos de fúria e exaltação. E é fundamental que as crianças, cuja personalidade está em estruturação, aprendam a lidar com este tipo de emoções. FUN-DA-MEN-TAL! É essencial que elas aprendam a reconhecer e a gerir a sua própria raiva, em vez de a ignorarem. É imprescindível que elas aprendam a negociar e a identificar soluções de compromisso, apesar da raiva. É necessário que elas percebam que a agressividade pontual também faz parte das relações saudáveis. É crucial que elas aprendam a distinguir um comportamento agressivo de um padrão relacional marcado pela violência. E é realmente importante que elas aprendam a fazer as pazes depois de uma briga.

É óbvio que uma discussão conjugal pode ser assustadora para uma criança. Mas o medo – seja em que circunstância for – é quase sempre assustador. Algumas crianças têm medo do escuro. Outras têm medo de cães. Ou de andar de bicicleta. Ou do desconhecido. O papel dos pais é ajudá-las a enfrentar esses medos, tranquilizando-as, ajudando-as a olhar à sua volta com a racionalidade que lhes devolva segurança. E isso também é válido para o medo que surge – ou pode surgir – quando o pai e a mãe discutem. A criança tem medo que os pais se separem? É legítimo. Mas a solução não deve passar por mascarar a realidade, fingindo que está SEMPRE tudo bem. O que é importante é mostrar que os momentos de tensão existem mas não têm de ser dramáticos nem indicadores de que uma catástrofe está prestes a acontecer. Pelo contrário, estes episódios são seguidos de reconciliações porque, quando duas pessoas gostam MESMO uma da outra, tudo é ultrapassável, até a raiva momentânea.


Mais do que qualquer lição de moral, é o comportamento dos pais que molda a forma como os filhos vão conseguir lidar com os seus medos e com as brigas que tiverem de travar. E não há nada mais tranquilizador do que saber que, apesar dos conflitos, há sempre um momento em que se faz as pazes.


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