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18.11.14

HOMENS E MULHERES: SERÃO MESMO DE PLANETAS DIFERENTES?


Sou homem... Gosto de sexo. Foi assim que Francisco respondeu à minha pergunta (“O que é que promove o seu desejo sexual?”). Como se a mulher, por ser mulher, não gostasse tanto. Ela tratou logo de esclarecer que também gosta. Como muitos outros casais com quem tenho trabalhado, os problemas foram-se avolumando até ao ponto de quase tudo ser motivo para braços-de-ferro. Passaram a discutir por tudo e por nada. Não admira, por isso, que a insatisfação se tenha estendido à sexualidade.


O que é que acontece quando não nos sentimos tão amados como antes? O que é que acontece quando a pessoa que escolhemos para partilhar uma vida não está tão atenta às nossas necessidades afetivas como precisamos? O que é que acontece quando ele(a) deixa de estar "lá"? Sentimo-nos sós, desamparados. Às vezes zangamo-nos. Às vezes até disparatamos – em terapia é muito fácil perceber que quanto maior for a sensação de abandono, maior será a probabilidade de alguém fazer ou dizer disparates.

Não importa se os problemas começaram por simples arrufos com a mãe dele ou com pequenas discussões a propósito das tarefas domésticas. Se há um que vai pedindo ajuda ou a atenção do outro e não a recebe, é normal que a distância emocional se instale. E daí aos problemas na intimidade sexual pode ser um instante. Claro que quando a mulher se queixa porque se sente sobrecarregada com a lida da casa e pede ajuda não está propriamente a dizer que, se o problema não for resolvido, não há sexo para ninguém. Quando o marido critica a presença constante da sogra lá em casa está só a reivindicar a definição mais clara de alguns limites e não tem consciência de que esse foco de tensão também possa refletir-se – mais cedo ou mais tarde – na cama do casal.

Numa relação amorosa homens e mulheres procuram as mesmas coisas. Para que nos sintamos seguros (e felizes), é preciso que a pessoa de quem gostamos:

- ESTEJA DISPONÍVEL para nós, mesmo quando há alguma insegurança. A última coisa de que alguém precisa é de ouvir frases como “lá estás tu” ou “isso são coisas da tua cabeça”. Estar disponível é prestar atenção, é mostrar interesse, é querer saber, é “estar lá” sempre que é preciso e mostrar que somos importantes.

- RESPONDA às nossas necessidades dando prioridade àquilo que sentimos e tentando dar provas de proteção e conforto, mesmo que isso implique ir “contra” a vontade da família alargada ou de qualquer outra pessoa. Esta capacidade de resposta faz com que nos sintamos especiais e amparados.

- ASSUMA O COMPROMISSO de estar ao nosso lado. Isso implica olhar com atenção, tocar, mostrar o afeto com frequência e estar emocionalmente presente.

Quando um se sente triste ou inseguro e as discussões começam a fazer parte do dia-a-dia, podem surgir algumas diferenças de género:



É como se as mulheres precisassem de se sentir emocionalmente seguras para que consigam entregar-se sexualmente. Se não há segurança, não há desejo. A maior parte dos homens também precisam de estar emocionalmente seguros para viver a sexualidade em pleno mas… não só são capazes de sentir desejo sexual quando há dificuldades no relacionamento como olham para a inexistência de desejo sexual como um entrave à intimidade emocional. Neste caso, é a diminuição do desejo que é sentida como um sinal de perigo. Se não há desejo, não há segurança.


Quando, em terapia, cada um tem oportunidade de se expor e de dizer ao outro aquilo de que precisa, tudo se torna mais fácil e simples: ambos precisam de se sentir amados. Desejados. E de sentir que as suas necessidades afetivas são valorizadas na medida certa.
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