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14.5.18

4 ERROS QUE DESTROEM UMA RELAÇÃO


Aquilo que as pessoas pensam que está por detrás da maior parte das separações e divórcios nem sempre corresponde à realidade. Se há algo que a ciência nos trouxe é esse conhecimento. Hoje sabemos muito mais do que alguma vez se soube sobre aquilo que está por detrás do afastamento entre duas pessoas que costumavam amar-se.


Será que é a infidelidade que nos separa?
Serão as divergências a respeito da educação dos filhos?
Os problemas relacionados com a intimidade sexual?
A família alargada? Ou o dinheiro? 



FILHOS, SEXO, DINHEIRO


A infidelidade está, sem dúvida, no "top" no que se refere às histórias por detrás de um número muito significativo de separações e divórcios. Mas será que é sempre ajustado olhar para a relação extraconjugal como a causa da separação? Na realidade, tenho trabalhado com muitos casais que assumem que a traição é a ponta do icebergue. Há muitos casos em que a deterioração da relação começou muito antes da infidelidade.

A educação dos filhos, o sexo e o dinheiro são grandes fontes de tensão para muitos casais. Os problemas com a família alargada também. Mas há muitos casais que me pedem ajuda e assumem que não há propriamente um grande problema ou um grande foco de tensão. Alguns discutem por coisas tão pequeninas que se sentem ainda mais baralhados a respeito da forma de dar a volta. É como se se sentissem enredados em círculos viciosos desgastantes sem perceberem como podem rompê-los.



OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE


O Professor John Gottman estudou durante muitos anos um número muito significativo de casais e conseguiu identificar aquilo a que passou a ser conhecido na área da Psicologia da Família como os 4 cavaleiros do Apocalipse. São os 4 maiores erros de comportamento numa relação de casal - aqueles que têm o poder de a destruir.

QUAIS SÃO?

HIPERCRÍTICA. Há uma diferença muuuuuito significativa entre dizer «Não te esqueças de baixar a tampa da sanita» e dizer «Vê lá se consegues portar-te como uma pessoa normal e baixar a porcaria da tampa da sanita». No segundo exemplo, o apelo é feito com hipercrítica, atacando a personalidade do companheiro. Eu compreendo que às vezes nos sintamos cansados de repetir os pedidos, que possamos sentir que a pessoa que está ao nosso lado tem desvalorizado as chamadas de atenção feitas de forma doce ou serena e que interiorizemos que as coisas só se resolvam assim. O problema é que qualquer generalização, qualquer ataque vai produzir o efeito contrário àquele que desejamos. 

Há pessoas que cresceram em famílias mais desorganizadas e que interiorizaram este comportamento como forma de se fazerem ouvir. Sem darem conta, criticam o companheiro a todo o momento e não percebem porque é que estão cada vez mais afastados.

POSTURA DEFENSIVA. Se o marido disser «Disseste que ias buscar a roupa à lavandaria e esqueceste-te de o fazer», a mulher pode responder «Tens razão. Queres que vá lá agora?» em vez de se defender com algo do género «E então? Tu também te esqueces imensas vezes de fazer aquilo que eu te peço!». Quando alguém nos chama a atenção para algo que fizemos (ou que não fizemos), é normal que nos sintamos colocados em causa e é tentador defendermo-nos. Mas nem sempre está em causa uma crítica à nossa personalidade. Nem todas as chamadas de atenção são um ataque de que tenhamos de nos defender.

Quando conseguimos olhar para a pessoa de quem gostamos como alguém que também tem o direito de nos criticar e, sobretudo, quando assumimos uma postura de curiosidade, querendo genuinamente perceber o que é que está por detrás do apelo, do que é que a outra pessoa precisa, é mais fácil dizer «Tens razão» ou colocar perguntas que nos aproximem. A postura defensiva potencia o aumento da escalada de agressividade.


AMUOS/ TRATAMENTO DO SILÊNCIO. Há muitas pessoas que se queixam de falar «para o boneco». Porque, enquanto falam, o companheiro sai de cena. Ou sai literalmente, deixando-as a falar sozinhas, ou fica a ouvir em silêncio, olhando para o telemóvel ou para outra coisa qualquer. A atenção não está lá e a pessoa que está a falar sente-se ignorada. 



Numa relação precisamos, sobretudo, de sentir
que a pessoa que está ao nosso lado se
interessa, precisamos da segurança de que
ele/ela se importa - mais do que da sua
concordância.


Quando um dos membros do casal ignora o outro, a segurança e o amparo deixam de estar associados àquela relação.

Há pessoas que vão mais longe e que utilizam o silêncio como forma de abuso emocional: calam-se durante horas ou dias (ou mais...) quando se sentem magoadas, frustradas ou contrariadas. No tratamento do silêncio normalmente o companheiro sente-se castigado e muitas vezes não consegue sequer perceber o que fez "errado". Mesmo que não haja essa consciência, esta é uma forma de violência emocional.

DESPREZO. Já reparou que basta um gesto para reduzir a pessoa que está ao nosso lado a praticamente nada? A maior parte das pessoas não têm essa consciência mas há um comportamento que é porventura o sinal mais claro de alarme numa relação: revirar os olhos. Porquê? Porque traduz desprezo pela pessoa que está ao nosso lado, por aquilo que ela está a dizer.

Há outras formas - às vezes mais difíceis de identificar - de mostrar desprezo pelo companheiro. Sempre que o fazemos, a pessoa que está ao nosso lado sentir-se-á profundamente rejeitada e, a prazo, isso pode ter consequências fatais para a relação.

Todas as pessoas já tiveram alguns destes comportamentos. E mesmo nas relações felizes é possível que eles ocorram. Aquilo que é desejável é que tenhamos maior consciência dos perigos que estão associados a cada um destes venenos e que assumamos a intenção de não os repetir. Cada um de nós tem o direito de errar mas é mais provável que façamos as escolhas que protejam a nossa relação e que, depois de errarmos, mais rapidamente façamos alguma coisa para emendar na medida em que haja conhecimento e vontade de fazer o melhor.


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