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21.10.19

COMO MELHORAR A COMUNICAÇÃO NO CASAL


Como melhorar a comunicação no casal

O que é que cada um de nós pode fazer diariamente para manter uma boa comunicação com a pessoa que amamos? Que escolhas protegem a relação? O que é que não devemos (mesmo) fazer? E sobre o que é que podemos/ devemos conversar?


Quase todos os casais com quem trabalho se queixam de «problemas de comunicação». Nalguns casos, isso significa que tem havido discussões intensas e/ou frequentes; noutros, o problema tem a ver com a falta de comunicação. E os casais felizes – como é que eles comunicam? Que escolhas fazem diariamente? Felizmente, a Psicologia tem conseguido mostrar quais são os comportamentos que nos ajudam a melhorar a comunicação conjugal e, assim, sermos mais felizes no amor.




MELHORAR A COMUNICAÇÃO:
QUE CONVERSAS DEVEMOS TER?


Há quem pense (erradamente) que os casais mais felizes são aqueles que estão sempre a conversar sobre os problemas da relação, na ânsia de os resolver. Quem é que se sentiria feliz se estivesse permanentemente sob estes níveis de tensão? É óbvio que há assuntos que nos magoam e que têm mesmo de ser esclarecidos, mas ninguém aguentaria passar a maior parte do tempo a gerir assuntos sensíveis.

Uma das coisas que mais nos traz felicidade e segurança é a possibilidade de diariamente podermos contar com a pessoa que amamos para ter conversas calmas, relaxantes e até divertidas.


Precisamos de saber que, no final de um dia de trabalho, há alguém que (ainda) tem paciência para nos ouvir, mesmo que seja a propósito de trivialidades.

Estes são alguns dos assuntos sobre os quais podemos conversar com a pessoa que amamos:

MEMÓRIAS IMPORTANTES

Há acontecimentos que nos marcam e cujas memórias são tão vívidas que parece que ocorreram ontem. Às vezes são memórias difíceis, mas muitas vezes são episódios caricatos, que continuam a fazer-nos rir. Termos a oportunidade de revisitar os nossos “greatest hits” é uma forma de nos sentirmos ligados.

HISTÓRIAS DE INFÂNCIA

Quando foi a última vez que pegou num álbum de fotografias e partilhou episódios sobre a sua infância? Com ou sem fotos, sentimo-nos genuinamente mais próximos da pessoa que está ao nosso lado quando falamos sobre a nossa bagagem emocional e ele(a) presta atenção, valorizando os nossos sentimentos. Claro que é essencial que tenhamos disponibilidade para fazer o mesmo.

PIADAS E EPISÓDIOS ANEDÓTICOS

Quando nos despedimos do(a) nosso(a) companheiro(a) de manhã, sabemos que ele(a) vai trabalhar, conhecemos as suas rotinas e até podemos ter alguma noção dos seus afazeres. Mas quase todos os dias há pequenas coisas que ele(a) ouviu e às quais achou graça, pequenos detalhes que captaram a sua atenção e que, no final do dia, quer partilhar connosco. Uma relação feliz e saudável também depende da nossa disponibilidade para prestar atenção a estas pequenas coisas, mesmo quando estamos cansados e com vontade de enfiar a cara no ecrã do telemóvel ou da televisão (em busca de outras coisas que nos façam rir ou relaxar).


PARTILHA DE SENTIMENTOS



Não me canso de dizer:
A pessoa que está ao nosso lado e que nos
ama não tem superpoderes,
não lê a nossa mente.



Quando partilhamos aquilo que sentimos a propósito do que vamos vivendo, permitimos que a pessoa que está ao nosso lado nos faça sentir mais amparados. Quando prestamos atenção ao que o outro diz e validamos os seus sentimentos, isto é, quando mostramos que ele(a) tem o direito de se sentir “assim”, a relação torna-se mais coesa.

SONHOS E AMBIÇÕES

A nossa relação conjugal pode ser a nossa prioridade, mas seria injusto colocar sobre os ombros da pessoa que amamos a responsabilidade de nos fazer felizes. A felicidade de cada um também depende da capacidade de dar voz aos próprios sonhos, de lutar pela concretização de objetivos. Quando prestamos atenção ao que o outro diz, quando o(a) incentivamos a lutar pelos seus sonhos e fazemos o que está ao nosso alcance para que eles aconteçam, a relação torna-se mais viva e entusiasmante.


MELHORAR A COMUNICAÇÃO:
COMO DEVEMOS CONVERSAR?


Conversar, no final do dia, acerca do que aconteceu a cada um é um pilar importante de qualquer relação.



Muitos casais têm esta espécie de conversa calmante, talvez ao jantar ou depois de as crianças irem dormir. Mas muitas vezes o efeito não é o desejado – os níveis de stress aumentam porque um dos membros do casal se sente frustrado porque o outro não está a ouvi-lo. Nesse caso, é importante mudar a abordagem, para que esta conversa possa, efetivamente, ser uma fonte de calma.

Para começar, é importante pensar no momento certo. Algumas pessoas querem “descarregar” assim que entram em casa. Mas outras precisam de descomprimir durante um período para que se sintam aptas a interagir. Por isso, deve-se esperar até que ambos estejam prontos para conversar. Num dia normal, são precisos 20 a 30 minutos para esta conversa. A regra central diz respeito à necessidade de ambos conversarem sobre o que lhes vier à cabeça e que não tenha a ver com a relação. Esta não é a altura para resolver conflitos. É uma oportunidade para se apoiarem mutuamente do ponto de vista emocional. Para isso, é importante respeitar algumas regras:

#1: ALTERNEM OS PAPÉIS.

Cada membro do casal deve ter (mais ou menos) o mesmo tempo para falar.

#2: NÃO DÊ CONSELHOS QUE NÃO LHE FORAM SOLICITADOS.

Se der rapidamente uma sugestão para o dilema do(a) seu(sua) companheiro(a), ele(a) poderá achar que você está a minimizar a situação. Na prática, você está a dizer «Isso não é assim tão complicado. Porque é que tu não…?». Tente compreender a situação antes de oferecer sugestões. É preciso que a pessoa que ama sinta que você compreende e empatiza com o dilema antes de sugerir uma solução. Por vezes, aquilo de que a outra pessoa precisa nem é de uma solução – basta-lhe que você seja um bom ouvinte, ou que ofereça o seu ombro. Existe uma significativa diferença de género nesta regra. Quando a mulher partilha os seus problemas com o marido, normalmente reage de um modo muito negativo quando ele lhe dá conselhos imediatamente. Em vez disso, ela quer ouvir que ele compreende a situação. Os homens são muito mais tolerantes perante as tentativas imediatas para resolver o problema. Ainda assim, se um homem partilhar com a mulher os seus problemas no trabalho, provavelmente preferirá que ela lhe demonstre empatia em vez de uma solução.

#3: MOSTRE INTERESSE GENUÍNO.

Não deixe que a sua mente divague. Centre-se naquilo que o(a) seu(sua) companheiro(a) está a dizer. Coloque questões. Olhe nos olhos.

#4: MOSTRE A SUA EMPATIA.

Deixe que a pessoa que ama saiba que compreende o que ela está a sentir: «Que frustração! Eu também ficaria em stress. Percebo porque é que te sentes assim».

#5: FIQUE DO LADO DO(A) SEU(SUA) COMPANHEIRO(A).

Isto implica dar apoio, mesmo que considere que a perspetiva dele(a) não é razoável. Não fique do lado oposto. Se o patrão da sua mulher implicou com ela porque chegou 5 minutos atrasada, não diga «Bem, não te deverias ter atrasado». Em vez disso, diga «Que chatice!». A ideia não é ser desonesto(a). A questão é que o timing é determinante. Quando o(a) seu(sua) companheiro(a) vem ter consigo à procura de apoio emocional (e não de conselhos), a sua função não é a de fazer juízos de valor ou a de lhe dizer o que fazer. A sua função é a de dizer «Estou aqui para ti».

#6: EXPRESSE O SEU AFETO.

Abrace o(a) seu(sua) companheiro(a), diga-lhe que o(a) ama.

#7: VALIDE AS EMOÇÕES DO SEU COMPANHEIRO.

Diga-lhe que aquelas emoções fazem sentido, que ele(a) tem o direito de se sentir “assim”: «Sim, isso é muito triste. Eu também ficaria preocupado(a)».
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