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24.7.12

INFIDELIDADE E DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS



Enquanto terapeuta de casal, deparo-me quase todos os dias com casos de infidelidade e, nesses processos terapêuticos, uma das questões que surge – até a propósito da mágoa e da reconstrução da relação – diz respeito às dúvidas que o cônjuge traído levanta a propósito da prática de relações sexuais não protegidas. Nalguns casos o pedido de ajuda psicoterapêutica surge algum tempo depois de a relação extraconjugal ter sido descoberta e já depois de esta questão ter sido “resolvida” através do recurso a análises laboratoriais. Noutros casos, a questão é posta em sede de terapia. Para além de todos os constrangimentos associados ao facto de, na sala de terapia, os membros do casal terem de expor a sua intimidade a uma terceira pessoa, há ainda esta incerteza que, aquando da inexistência de uma prova concreta, pode revelar-se fatal para a reconstrução da relação. E se é fácil adivinhar o embaraço de quem, depois de ser apanhado a trair, tem de recorrer ao médico de família para requisitar estas análises (e ainda corre o risco de ser confrontado com questões a respeito do motivo para a sua realização), também não é difícil adivinhar a angústia de quem teme que o affair possa implicar consequências para a sua saúde física.

Infelizmente, a experiência mostra-me que
MUITAS RELAÇÕES EXTRACONJUGAIS RESULTAM
EM ATOS SEXUAIS NÃO PROTEGIDOS,
às vezes continuados, e que estes comportamentos
de risco acontecem em simultâneo com
a atividade sexual “normal” do casal.

Em resumo, há muitas pessoas que veem a sua saúde física em risco em função dos comportamentos do cônjuge.

Uma pesquisa realizada há pouco tempo vem reforçar esta constatação mostrando que:

- De entre as 1647 pessoas envolvidas na investigação, 801 admitiram ter mantido relações sexuais extraconjugais;

- 493 afirmaram que estes relacionamentos fariam parte de “relações abertas” enquanto 308 admitiram que foram infiéis;

- O uso do preservativo nas relações vaginais era 27 por cento mais baixo entre as pessoas que foram infiéis (e nas relações anais era 35 por cento mais baixo).

Para algumas pessoas a monogamia é uma forma de se sentirem felizes, satisfeitas e seguras. Mas importa que o conceito de monogamia seja interiorizado. Quando alguém mantém uma relação supostamente monogâmica e, ao mesmo tempo, adota comportamentos de risco em relações extraconjugais, não está “apenas” a comprometer a viabilidade da sua relação conjugal “oficial”. Pode estar também a colocar em causa a saúde física da pessoa que afirma amar.
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