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23.5.18

O SEXO NUMA RELAÇÃO DURADOURA



Ter uma relação apaixonada e duradoura, onde haja o toque, o desejo e a conexão dos primeiros tempos é um dos objetivos de vida da maior parte das pessoas. Mas a rotina, os compromissos, o stress, os filhos, o cansaço e, claro, a falta de tempo podem atrapalhar a vida de qualquer casal, condicionando a satisfação sexual. O que é que cada pessoa pode fazer para melhorar a vida sexual? Quais são os hábitos que nos ajudam a manter a chama acesa?


As duas queixas mais frequentes nos homens (a propósito da relação) são: «Há demasiadas discussões» e «Há pouco sexo». Já as mulheres queixam-se de duas coisas diferentes: «Ele não está lá para mim» e «Não há intimidade (emocional) suficiente». Mas será que estas queixas são assim tão diferentes? Na minha prática clínica tenho confirmado aquilo que a ciência nesta área tem mostrado: A satisfação emocional está diretamente relacionada com a satisfação sexual. Homens e mulheres precisam de se sentir ligados e buscam essa conexão. O que acontece é que os homens sentem mais a intimidade emocional quando há proximidade sexual. E as mulheres sentem mais a intimidade sexual quando há conexão emocional.

O QUE É QUE OS CASAIS FELIZES FAZEM PARA SE SENTIREM SATISFEITOS EM RELAÇÃO AO SEXO?


Pode achar-se que é tudo uma questão de experimentar coisas novas – e também é. Mas não é só isso que nos permite sentirmo-nos satisfeitos sexualmente.



Uma das coisas mais interessantes que as investigações na área das relações amorosas nos permitiram conhecer foram os hábitos que nos ajudam a sentirmo-nos genuinamente vivos e entusiasmados numa relação – mesmo ao fim de décadas.

Hoje sabemos que os casais que se sentem sexualmente satisfeitos – em qualquer parte do mundo – costumam:

Dizer aquilo que sentem um pelo outro regularmente.
Beijar-se de forma apaixonada sem “motivo”.
Trocar presentes românticos.
Saber exatamente aquilo que alimenta o desejo do companheiro
(e o que é que o apaga).
Trocar gestos de afeto – mesmo em público.
Divertir-se a dois.
Abraçar-se com frequência.
Fazer do sexo uma prioridade
(em vez de colocar o assunto no fim da lista de “coisas a fazer”). 
Ser amigos um do outro.
Conversar abertamente sobre a sua vida sexual
(aquilo de que cada um gosta, as fantasias).
Sair a dois com regularidade.
Fazer férias a dois
(às vezes são fins-de-semana).
Preocupar-se um com o outro de forma intencional.

O QUE É QUE FAZ COM QUE O SEXO VÁ PIORANDO?




Há casais com filhos pequenos, pais a precisar
de ajuda e empregos exigentes para quem o sexo
vai deixando de ser uma prioridade. E há casais
nas mesmas circunstâncias que continuam a
alimentar a relação – apesar de todo o trabalho
que isso dá - e a sentir satisfação sexual.



Hoje sabemos que os casais que descrevem sentir-se menos satisfeitos do ponto de vista sexual costumam:

Passar pouco tempo juntos durante a semana de trabalho.
Centrar-se excessivamente no trabalho (eles) e nos filhos (elas). 
Conversar sobretudo sobre as “coisas que há para fazer”.
Dar prioridade a tudo menos à relação.
Afastar-se e levar vidas paralelas.
Prestar pouca atenção à importância de se preocuparem um com o outro.

OS CASAIS FELIZES TAMBEM TRAEM


Já o escrevi AQUI. Há uma diferença muito significativa entre não termos discussões acesas com o companheiro e sentirmo-nos vivos e entusiasmados na relação. Qualquer pessoa que esteja casada (ou comprometida) há 10 ou 20 anos sabe que é muito fácil haver companheirismo sem que haja chama. Para que o entusiasmo se mantenha, é fundamental que nos mantenhamos MESMO atentos àquilo que a outra pessoa vai revelando – às suas preocupações (mesmo aquelas que nos parecem ridículas), aos seus sonhos, às suas ambições, àquilo que a entusiasma.



Se nos centrarmos apenas naquilo que nos dá
prazer (dentro e fora da intimidade sexual), sem
curiosidade em relação àquilo de que o outro
gosta, se nos acomodarmos à ideia do que já
conhecemos e se confiarmos na “história” da
relação, desvalorizando a importância da novidade
e o facto de todos nós mudarmos ao longo do tempo,
é muito mais provável que tenhamos sarilhos.



Manter uma relação viva dá trabalho. Implica uma postura de curiosidade constante, implica a vontade de agradar (mesmo que isso implique sair algumas vezes da nossa zona de conforto), implica que nos revelemos sem medo e implica que mantenhamos os olhos abertos.

Algumas pessoas dão por si a querer experimentar coisas novas – dentro e fora da intimidade sexual – mas sentem medo de partilhar estas mudanças com o companheiro. Têm medo de ser julgadas, têm medo de se sentirem rejeitadas, têm medo que isso as afaste. Mas as coisas tendem a acontecer ao contrário. Se insistirmos em tentar calar as mudanças que vão acontecendo dentro de nós e se as escondermos da pessoa em quem teoricamente mais confiamos, tenderemos a sentir-nos cada vez mais afastados dela.

Manter uma relação com a chama acesa também passa por reconhecer que a segurança emocional precisa de andar de mãos dadas com a liberdade de experimentar, inovar. E, isso sim, faz-nos sentir vivos.

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