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7.3.17

DEPRESSÃO PÓS-PARTO


«Vou simplesmente dizê-lo: tenho depressão pós-parto. Uma das melhores coisas das redes sociais é a possibilidade de interagir com os amigos e os fãs de maneira franca e foi tão estranho saber aquilo por que eu estava a passar mas achar que não era o lugar certo para falar sobre isso. Sempre me senti genuinamente perto de todos vocês e estou muito aliviada por agora saberem de algo que tem sido uma enorme parte de mim há tanto tempo.».

As palavras são da manequim ChrissyTeigen, mulher do cantor John Legend, e que foi mãe de Luna há 10 meses. Num artigo publicado na revista Glamour, a celebridade descreve de forma detalhada como se sentiu ao longo dos últimos meses. A irritabilidade, a dificuldade em sair de casa, a falta de energia, os dias in-tei-ri-nhos passados no sofá sem ânimo para fazer o que quer que fosse (Chrissy chegou a dormir na sala noites seguidas por não se sentir com forças para subir ao andar de cima da sua casa), as dores no corpo e, claro, os sentimentos de culpa. Com um marido que procurou estar sempre lá para si, uma carreira bem-sucedida e uma filha saudável, achava que «devia estar feliz» e sentia-se ainda pior por não estar. Em Dezembro, numa consulta com o seu médico, foi confrontada com uma lista de sintomas a que foi respondendo com sucessivos “sins”. Diagnóstico: depressão pós-parto. À carga negativa deste rótulo juntou-se a possibilidade de finalmente receber a ajuda de que precisava. Com a recente divulgação abre-se também a possibilidade de mais mulheres perceberem que não há por que sentir vergonha de um estado emocional que não controlam.

Para quem não saiba, o nascimento de uma criança não está sempre envolvido apenas em emoções positivas. Muitas mulheres passam por níveis elevados de ansiedade, medo e muuuuitas dúvidas nos primeiros dias depois do parto. É o chamado baby blues e pode durar várias semanas. Para cerca de 25 por cento destas mulheres os sintomas evoluem para uma depressão pós-parto, que pode manifestar-se com ou sem sinais de ansiedade.



Apesar de todos os alertas, muitas mulheres não conhecem os sintomas e/ou têm medo ou vergonha de pedir ajuda, o que acaba por prolongar – desnecessariamente – o sofrimento de todos os membros da família. Mas mesmo quando falam abertamente sobre os seus sentimentos, muitas vezes são confrontadas com comentários – bem intencionados – do tipo «Isso vai passar», «Foca-te no que realmente interessa» ou «Tens o melhor do mundo aí ao teu lado», que acabam por reforçar os sentimentos de culpa e a sensação de fracasso.

«Eu devia sentir-me bem». Estas são as palavras que a maior parte das mulheres com depressão pós-parto dizem a si mesmas, comprometendo a possibilidade de receberem a ajuda de que precisam.

Aquilo que Chrissy Teigen e outras mulheres têm tentado fazer é mostrar através do seu testemunho que esta é uma condição que pode afetar qualquer mulher, independentemente da sua posição social.

SÃO SINAIS DE ALARME:

  • Sentir-se só e procurar isolar-se;
  • Sentir-se inútil e/ou incapaz de cuidar do bebé;
  • Apatia e falta de interesse ou de prazer em relação às atividades que antigamente geravam interesse;
  • Dormir muito mais do que o habitual (ou não conseguir dormir);
  • Irritabilidade excessiva, estar zangada a maior parte do tempo;
  • Sensação de vazio ou não conseguir nada.


O QUE HÁ A FAZER?

Curiosamente, várias investigações têm salientado a importância dos laços conjugais. Conversar abertamente com o companheiro sobre os sentimentos pode ser o suficiente para que os sintomas de baby blues desapareçam ao fim de algumas semanas e é quase sempre fundamental para que a mulher com depressão pós-parto aceite receber ajuda especializada.



Não fazendo parte dos planos, essa insatisfação é normal mas pode ser ultrapassada se ambos assumirem uma ativa vontade de continuar a falar de forma franca sobre o que cada um sente e se houver tempo e disponibilidade para continuar a dar importância a esses sentimentos. Quando o mau-humor deixa de ser só mau-humor e/ou quando os conflitos vêm acompanhados de outros sinais de alarme, é preferível consultar um médico ou um psicólogo experiente.

A par desta ajuda, são pilares importantes na recuperação de uma depressão pós-parto:

  • Exercício físico;
  • Caminhadas fora de casa;
  • Alimentação cuidada;
  • Gestos de afeto e massagens (Uma massagem diária de 15 minutos feita pelo companheiro está comprovadamente associada ao alívio dos sintomas de depressão pós-parto).


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