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24.5.16

DEPENDÊNCIA DO AMOR


A sua felicidade está inteiramente dependente da sua relação amorosa? Acha que aquilo que sente pela pessoa que está ao seu lado é tão forte que a simples ideia de esse amor acabar é desesperante? Não imagina como seria a sua vida sem essa pessoa? Sente-se dependente da aprovação dessa pessoa?

 ❥ É amor ou é dependência?

A nossa autoestima condiciona a forma como nos ligamos às pessoas de quem gostamos. Algumas pessoas parecem demasiado permeáveis à opinião do parceiro – como se só se sentissem bem quando conseguem agradar. Pelo contrário, a simples ideia de gerar desagrado pode ser desesperante. Mas é preciso ter cuidado quando falamos em dependência emocional porque arriscamo-nos a fazer um juízo de valor desfasado da realidade.

Na prática, somos todos dependentes emocionalmente de alguém, já que somos tão mais felizes na medida em que existirem ligações afetivas sólidas com outras pessoas. Precisamos da nossa família e dos nossos amigos para nos sentirmos tão seguros quanto normalmente nos sentimos. Para algumas pessoas, infelizmente, essa rede de suporte não é tão sólida, a insegurança é maior e o amor-próprio é praticamente nulo. Há nestes casos uma espécie de “fome emocional” que deixa estas pessoas mais vulneráveis à construção de relações afetivas menos saudáveis. Algumas destas pessoas – mais mulheres do que homens – estão tão fragilizadas em termos afetivos que tendem a projetar numa relação amorosa todas as suas frustrações, ambições e necessidades. É como se aquela relação não fosse apenas a mais significativa de todas e passasse a ser a sua “razão de viver”. Canalizam para aí toda a sua energia, investem tudo o que têm e muitas vezes sem esperar nada em troca, no sentido de não haver exigências realistas.



Na prática, todos nós precisamos de nos sentirmos amados para sermos capazes de gostar de nós mesmos. Mas esse afeto pode resultar das mais diversas relações. Sermos capazes de construir relações afetivas com amigos, por exemplo, é meio caminho para que possamos construir relações mais saudáveis com um companheiro. É preciso aceitar que nenhuma pessoa pode ser responsável pela nossa felicidade e não seria justo depositar num companheiro amoroso essa missão. Então, há que investir noutras frentes – noutros laços afetivos, na realização pessoal e profissional. E claro que é preciso pedir ajuda especializada quando alguém se dá conta de que um determinado padrão relacional está a trazer mais sofrimento do que outra coisa qualquer.

 Há características de personalidade ou eventos de vida comuns às pessoas que sofrem de dependência emocional?

Há nestes casos alguns elementos em comum. Falamos de mais mulheres do que homens (tanto, que nos habituámos a ouvir falar de “mulheres que amam de mais”), falamos muitas vezes de pessoas que passaram por experiências difíceis na infância – às vezes de abuso emocional e violência; noutros casos de negligência afetiva.


Nalgumas situações estamos a falar de mulheres que desde muito cedo (12-13 anos) se ligaram a um namorado na tentativa de obter nessa relação aquilo que não obtinham em casa. Às vezes falamos de relações muito fusionais, asfixiantes, em que as necessidades da própria pessoa estão sistematicamente em segundo plano porque o que importa é garantir a sobrevivência da relação.


Se se identifica com este padrão de relacionamento, peça ajuda. Lembre-se de que para viver um grande amor é fundamental tratar do seu amor-próprio. 
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